14 de dezembro de 2011

Treine em subidas para escalar melhor...



Adaptado por Paulo Octávio Tassinari Caixeta



Um desafio e tanto para os ciclistas são as escaladas. Após pedalar por quilômetros durante uma prova, uma subida forte é o que muitos não gostariam de ter pela frente. Para superar desafios como este, um equipamento mais leve, muita força e técnica são essenciais, além de um cronograma de treinos mais específicos para as escaladas.

Ricardo Hirsch, técnico da Personal Life, acredita no treino específico para subidas. “Muita gente pensa que só se trabalha força na escalada, mas a técnica também é necessária. Por isso, aumento o número de subidas durante os treinamentos. Recomendamos aos ciclistas trabalhar de diversas maneiras estas escaladas, para que se descubra qual a melhor forma de pedalar nestas situações, podendo testar se a pedalada deve ser mais forte, mais rápida, se o câmbio deve estar de tal forma, aprender mais sobre as marchas e, até mesmo, ver uma postura para dar uma descansada durante a prova”, disse.

Kim Cordeiro, diretor da BKSports, recomenda “um ou dois” treinamentos específicos em subidas quando este tipo de prova se aproxima. “O tipo do treino varia conforme a prova, mas é bom realizar atividades como esta durante uma ou duas vezes na semana, sendo uma voltada para uma escalada curta e outra com uma subida longa”, contou.

“O quanto você deve escalar durante o treino também varia de acordo com a competição. Se for enfrentar uma montanha como a Serra de Campos seria bom pedalar uns três quilômetros em subida nos treinamentos”, prosseguiu Kim.

Pouco peso é essencial
O treinador aponta para o peso como “facilitador” nos momentos de escalada. Quanto menos carga você portar, mais fácil torna-se sua subida.O peso influencia muito. O equipamento tem de ser o mais leve mais leve possível. Não só a bicicleta, mas o até os detalhes, como a água, também contam. Quem está acima do peso e quer fazer uma boa escalada é importante emagrecer”, declarou.

“Não é necessário reduzir o peso do conjunto durante o treinamento, já que você está praticando e, na hora da competição, você está preparado para uma situação até mais desfavorável”, completou Kim.



Treinar em trajetos que simulam a prova é um ponto primordial em sua preparação. Melhor ainda se você puder pedalar no próprio percurso da competição, conhecendo o traçado e os percalços que devem ser enfrentados. Caso não tiver jeito de fazer um treino presencial, utilize o Google Earth, que além de dar a distância exata do percurso, também identifica o relevo!

Percursos novos durante o treinamento também são importantes na visão de Ricardo Hirsch. “Isso faz com que o ciclista conheça novas subidas e não ‘vicie’ no mesmo trajeto”, disse.

Complemento
Ambos treinadores falam que quem deseja melhorar seu desempenho nas subidas, devem fazer um trabalho planejado de musculação. “A musculação é fundamental. Em subidas, você tem de forçar o tempo todo. No plano, é possível controlar isso, mas você não tem outra opção durante a escalada”, afirmou Kim.

“O planejamento não precisa ser necessariamente voltado para a força, mas mais para a manutenção. Pedalar já faz força e a musculação seria para acrescentar em seu desempenho. Um ciclista profissional, por exemplo, faz musculação durante o ano como manutenção, pois o treinamento para força é realizado na pré-temporada”, encerrou Hirsch. 

UCI muda sistema de pontuação em competições



Por Tadeu Matsunaga

O novo sistema de pontuação implementado pela UCI (União Ciclística Internacional) para seleção das principais equipes do pelotão WorlTour tem gerado um certo desconforto, principalmente para os ciclistas intitulados como gregários.

Acostumados a um trabalho árduo em prol da esquadra, e buscando muito mais os interesses do plantel do que benefício próprio, o fato de priorizar os pontos individuais dos ciclistas podem restringir a função dos gregários.

Com o foco em países de segundo e terceiro escalão, as esquadras de ponta optaram por investir em ciclistas de menor visibilidade, o motivo é simples. A nova escala de pontos proposta pela entidade. Em contrapartida, muitos desses atletas irão priorizar a pontuação para si próprio e deixará de pensar nos pontos úteis a equipe ou auxiliar no trabalho para um líder em uma grande volta.            _______________________________________________________________________


Opinião da redação
Um gregário é aquele ciclista que trabalha, a mando do diretor,  em prol de um ciclista com maiores chances de se tornar campeão de uma competição ou do capitão da equipe. Com a instituição desse novo sistema de pontuação adotado pela UCI, os gregários, querendo ou não, terão que pensar mais em si para continuar obtendo pontuações que lhes dão mais prestígio e reputação ao longo de suas carreiras.
De forma geral, a competição tende a ficar mais individualista, ou seja, o trabalho em equipe não será voltado para beneficiar um só, mas todos que estão envolvidos.

Manter uma boa musculatura abdominal aumenta o seu desempenho!


Por Tadeu Matsunaga

Os ciclistas, em sua maioria, estão preocupados em desenvolver uma maior velocidade e resistência sobre o pedal, muitas vezes, no entanto, não se utilizando dos métodos complementares disponíveis para elevar sua performance. Ter um abdômen tonificado, além de esteticamente agradável, altera – para melhor – o desempenho do atleta.

Infelizmente, o ciclismo não é o esporte mais indicado para tonificar a região abdominal. Para isso, é necessário recorrer a algumas atividades complementares, como musculação direcionada e exercícios funcionais.

“Os músculos abdominais têm sua importância. Mas outros músculos também são fundamentais no ciclismo. Outros segmentos corporais acabam sendo sobrecarregados na falta de estabilidade dessa região, diminuindo a eficiência da pedalada e aumentando o risco de lesão”, disse o preparador físico e técnico Fábio Rosa.

O fortalecimento dessa região do corpo torna-se significativo por diversas razões: protege os órgãos vitais, auxilia o processo respiratório, além de influenciar na postura.

Nesse processo, os músculos da região abdominal e lombar ganham em importância, sendo responsáveis pela estabilização da coluna e pelo movimento de extensão e flexão. Quando pedalamos, utilizamos alguns músculos da região da coluna – flexionando os músculos frontais da coxa ou a extensão dos músculos posteriores.

O abdômen é principal responsável por manter a rigidez no torso, o que potencializa seus quadris no momento da pedalada. Com nossa coluna menos fortalecida, a eficiência do movimento também acaba regredindo, gerando um menor desempenho.

“Os músculos abdominais, assim como braços, lombar e ombros são responsáveis diretos pela sustentação do atleta sobre a bicicleta”, lembra Rosa, que reitera a importância da musculação, sem esquecer-se do alongamento.

“Não adianta simplesmente fortalecer e dar resistência à musculatura. Quanto mais alongada, mais aporte sanguíneo vai proporcionar aos músculos. E, quanto mais encurtada, mais suscetível a lesões.”

Tipos de exercícios:

  • Leg Press
Trabalha os quadríceps, principal grupo de músculos envolvido na pedalada. Há diferentes aparelhos para essa finalidade, inclusive pode ser feito agachamento com pesos, mas cuidado, agachamentos mal orientados podem acarretar lesões no joelho.

  • Mecanismo de posterior de tronco
Trabalha o quadrado lombar, que melhora a musculatura estabilizadora do tronco no ato da pedalada.

  • Abdominal
Pode ser feito em aparelhos, pranchas ou mesmo no chão. Abdômen enrijecido é essencial em qualquer esporte. Para ciclistas, ele vai trabalhar como estabilizador sobre a bike, juntamente com os músculos lombares das costas.

Vantagens de um abdômen forte:

- Escalar em marchas mais pesadas
- Aumento da potência transferida para seus braços e pernas
- Sprint mais rápido
- Maior resistência, já que haverá maior sustentação e postura corporal