Adaptado pela redação
É o fim de uma longa novela em que a agência do próprio país de Lance o acusou de doping com base em evidências de transfusão de sangue contendo substâncias proibidas pelo ciclismo e com denúncias de seus próprios companheiros, além de treinadores e dois médicos envolvidos no caso. Uma história que dá o que falar...
Ciclista profissional desde 1992, o norte-americano é um dos
atletas mais vitoriosos da história do esporte. Além dos sete títulos da Volta
da França que lhe serão retirados, Lance ainda conquistou outras competições
importantes, como a Volta da Suíça e a Volta de Luxemburgo. Ele também ficou
conhecido por ter se curado de um câncer de testículo que se espalhou pelo
corpo mesmo com apenas 40% de chance de sobrevivência, segundo seus médicos.
Atualmente, ele mantém uma fundação que auxilia cientistas e desenvolverem
tratamentos cada vez mais eficazes para o câncer.
A USADA (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em
inglês) anunciou nesta sexta-feira que irá banir o ciclista Lance Armstrong do
esporte e que seus sete títulos da Volta da França serão retirados por comprovação
de doping.
Segundo Travis Tygart, executivo-chefe da Usada, o órgão
norte-americano tem poder para retirar as conquistas do atleta, apesar de
Armstrong, de 40 anos, dizer que isso é impossível. O ciclista é acusado de ter
usado substâncias proibidas, como EPO e esteróide, além de realizar transfusões
de sangue para fugir do antidoping entre 1999 e 2005, quando venceu o Tour de France
sete vezes consecutivas.
Tygart disse que a decisão sobre o caso Armstrong, que teve
as investigações iniciadas há cerca de três anos, é de "partir o
coração", mas que servirá de exemplo para manter a moralidade no esporte:
"Este é um exemplo doloroso de como a cultura de vencer a todo custo nos
esportes, se não for reprimida, superará a competição leal, segura e honesta.
Para os atletas limpos, esta será uma lembrança reconfortante de que há
esperança para as gerações futuras de competição em igualdade de condições sem
o uso de substâncias proibidas", disse o executivo.
Em comunicado divulgado na noite de quinta-feira, o atleta
disse que não iria mais se defender das acusações "inconstitucionais"
da Usada e que iria se dedicar apenas a cuidar de seus filhos, lutar contra o
câncer e tentar ser "o quarentão em melhor forma no planeta". Ele
vinha lutando para tentar derrubar o processo da Associação Antidoping dos EUA
há algum tempo, mas viu a UCI (União Ciclística Internacional) considerar a
investigação "procedente" , o que acabou culminando com a decisão da
Usada nesta sexta.
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