extraído e adaptado de www.prologo.uol.com.br
O segredo da performance em uma prova longa está em saber administrar o corpo por um longo período. Hoje em dia, cresce cada vez mais o interesse do atleta amador pelas provas de longa duração, motivados pelo desafio pessoal de completar uma grande distância.
Constantemente as assessorias esportivas são procuradas por muitos atletas que buscam uma orientação para vencer esse desafio.
É comum o atleta questionar o treinador sobre quando fará seus treinos longos. No caso do Ironman, quando vai pedalar seus 180 km ou correr 30 km. Observo que esse anseio paira na cabeça da maioria dos atletas, principalmente daqueles que estão debutando em provas longas. Canso de ver atletas que acabam se machucando ou apresentando quadros de overtraining por errar o momento de realizar esses treinos mais longos.
Essa ansiedade é comum, mas temos que acreditar na programação – e não adianta pular etapas, como também não faz sentindo realizar treinos específicos em um momento errado.
No caso do Ironman Brasil, que acontece todo final de mês de maio, muitos viram o ano com muita vontade de treinar. Vejo muitos atletas fazendo treinos longos em um momento errado e, como consequência disso, observo muitos triatletas chegando na prova lentos e cansados pelo excesso de volume colocado em um momento errado.
O maior erro é pensar que, por participar de uma prova longa, o triatleta não precisa se preocupar com a intensidade dos treinos − e somente em cumprir o volume. Por conta disso, observo muitos atletas que abrem mão dos treinos intervalados (tiros) e só se preocupam com os de rodagem. Ficamos mais resistentes, mas invariavelmente nos tornamos mais lentos.
No treinamento moderno, não se discute a eficiência do treinamento intervalado em todas as fases de uma periodização. E vamos além, antes de ficarmos resistentes, temos que ficar velozes. A ideia de colocar o treinamento intervalado em todas as modalidades do endurance faz com que trabalhemos mais valências físicas, entre as quais capacidade de assimilação de oxigênio, tolerância ao acido lático, entre outros. O resultado é mais conforto para fazer o longo ou a prova em uma maior velocidade.
Sei que muitos não estão preocupados com a performance, e sim em completar a prova. Mesmo para esses que optam por fazer uma prova longa, porque sabem que a intensidade é baixa e o sofrimento será muito menor, vale, sim, contemplar em sua periodização os treinos intervalados, conhecido por muitos como “tiros”: o conforto no dia da prova será muito maior.
Em uma prova longa, também temos de estar adaptados a variar de intensidade, pois é normal em uma disputa: subidas, saídas de curva, ultrapassagens etc. Dessa forma, se só trabalhamos em uma determinada intensidade, na prova, quando temos a necessidade de aumentar o ritmo, não conseguimos − ou acaba sendo algo muito custoso pela falta de adaptação.
Saber administrar seu corpo frente às situações que possam surgir, e não necessariamente foram planejadas, é essencial para um bom desempenho em uma prova longa. Um conselho ao leitor que pratica ou pretende se desafiar em uma prova longa: procure sempre a orientação de um treinador, de preferência com conhecimento em fisiologia e treinamento esportivo moderno e, o mais importante, confie no trabalho dele. Assim, a chance de obter sucesso na prova será muito maior.
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