O belga Eddy Merckx, considerado um dos melhores ciclistas
da história, sofria de um problema cardíaco que o impedia de competir, segundo
uma biografia publicada nesta quinta passada (23/03)
"Rolou durante toda a sua carreira com uma espada de
Dâmocles sobre a cabeça", assegurou o cardiologista italiano Giancarlo
Lavezzaro, que o examinou no Giro de Itália em 1968, a sua primeira grande
vitória internacional.
Estas revelações foram relatadas por Daniel Friebe, autor de
Eddy Merckx, o Canibal, e transcritas esta quarta-feira pelo diário belga De
Morgen.
O médico falou sobre o "resultado alarmante"
quando, ao fazer-lhe um eletrocardiograma, verificou que Merckx tinha uma
"cardiomiopatia hipertrófica não obstrutiva".
"Não houve sintomas, mas havia um risco real de morte
súbita", contou, revelando que transmitiu essas conclusões ao médico
pessoal do ciclista, que não as entendeu preocupantes e não as revelou a Eddy
Mercks.
Segundo Lavezzaro, o belga, vencedor cinco vezes do Tour de
França, não teria sido autorizado a correr se fosse sujeito aos testes atuais.
"Com um diagnóstico tal, ninguém conseguiria a licença
hoje em dia", assegura o cardiologista.
Questionado pelo De Morgen, Eddy Merckx manifestou-se
"surpreso" pelas conclusões da biografia: "Sempre soube que tenho
um coração especial, que é particularmente grande. Também sei que havia muitos
problemas de coração na família do meu pai, pois ele e seus irmãos morreram
jovens".
"Por esse motivo, fiz exames todos os anos da minha
carreira. Tomei medicamentos, mas nunca tive qualquer problema", concluiu
o antigo atleta, agora com 66 anos.
Mercx, agora com 66 anos, triunfou em cinco edições do Tour
(1969, 1970, 1971, 1972 e 1974), assim como do Giro (1968, 1970, 1972, 1973 e
1974). Na Vuelta, o belga apenas venceu em 1973.
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